Eu sou Renovação
Carismática Católica, eu amo a RCC!
Essa frase grita
em meu coração por 22 anos de caminhada, desde o dia que fui batizado no
Espírito Santo em abril de 1994, em um retiro de Experiência de Oração em
Palotina, Paraná. Não tinha a compreensão de como seria a minha vida a partir
daquele momento e o que Deus tinha preparado pela frente. Mas tinha uma certeza:
eu queria ser carismático!
Mesmo sem saber
e conhecer o Movimento, era algo que gritava em meu coração, tinha encontrado
meu lugar, que daria sentido em minha vida e história. Era através dessa graça que gostaria de
viver, servir a Jesus Cristo. Não consigo imaginar o que seria de mim sem a graça
do Batismo do Espírito Santo, sem o Grupo de Oração (GO), sem a Renovação
Carismática.
Sempre tive uma
leitura própria dos tempos e também da RCC. Por isso, sempre nas provações e
dificuldades, separei a ação humana, que às vezes é pecadora, da graça que é
nosso Movimento. Porque um dia fiz uma escolha, e ainda hoje essa escolha é
viva no meu coração, de dar a vida por Jesus Cristo na RCC. Viver essa graça não para agradar as
estruturas ou pessoas, mas sim por um chamado de Jesus! É claro que a vivência
com irmãos é fundamental, o viver em comunidade é pilar de nossa identidade.
Eu faço parte da
terceira geração de carismáticos do Brasil, geração de 90, e vejo aqui a
importância da história em nossa vida e chamado. Olhar para o passado e ver
quem somos, de onde viemos, para olhar e sonhar o futuro. E minha geração é
fruto da primeira e segunda, dos pioneiros da RCC, somos uma reposta à
fidelidade de nossos irmãos.
Sempre falei
para meu amigo e pai de caminhada, Reinaldo Beserra, que nós éramos resposta a
sua fidelidade e a de muitos que deram sua vida por Jesus na RCC, que ele
poderia olhar para nós e perceber o quanto valeu a pena ser fiel a esse
chamado. E ainda mais, que nossa geração não veio para substituir, ocupar o
lugar das gerações que deram sua vida, mas sim em resposta.
Não somos um
time de futebol que quando estamos velhos ou não jogando bem tem que se
aposentar ou ser substituído. Muito pelo contrário, precisamos estar juntos na
missão para que tenhamos o equilíbrio entre o novo e o velho, ou seja, os dois
se completam.
É assim que
temos que viver essa graça, e sei de lugares no Brasil e no mundo que se vive
isso de maneira linda, e com isso o nosso Movimento cresce em todos os
sentidos, mas principalmente em maturidade. Os 50 anos é um momento oportuno
para nos revermos em muitos aspectos. Temos também exemplos ruins por falta de
maturidade.
Em muitas
realidades e instâncias de coordenação quando um coordenador é escolhido para
um mandato às vezes se acha “salvador da pátria”, pensa que vai salvar o mundo.
E tem a falsa modéstia e orgulho de que vai resolver os problemas da RCC
focando somente nos problemas, se perde a visão da graça, da benção que transcorre
na história de nosso Movimento. Com isso
passa por cima de tudo e todos, tudo é novidade, pensando que inventou a roda
ou fogo. Isso é triste. A beleza está em honrar nossos irmãos, sem medo de ser
comparado sendo dirigido pelo Espírito Santo, consciente do chamado e da unção
do seu tempo, olhando somente para graça com olhar profético, sem valorizar as
fragilidades e problemas que temos, mas com alegria supere-los, acreditando na
providencia de Deus.
Sabemos que às
vezes os irmãos que nos antecederam e outras lideranças são difíceis,
complicadas, mas com amor podemos quebrar as barreiras. Em muitos lugares já presenciei
mudanças de estatuto e regimento para privar os antigos líderes de participarem
das reuniões de grupo ou dioceses. Não podemos pensar em nós, no melhor para
nós e sim para nosso Movimento. O grande desafio é conviver com essas diferenças,
e tenho certeza que no amor é possível, na caridade. Porque precisa deste
equilíbrio, não podemos competir entre nós, somos servos.
Mas graças a
Deus as bênçãos é o amor, essa maturidade, têm prevalecido em grande parte de
nossas realidades. Falo isso porque não somente observei, mas testemunhei
quando estive na coordenação diocesana de Foz do Iguaçu, e ainda percebo essa
realidade na diocese, o amor prevalece, e quando existe amor há unidade,
fraternidade; e mais ainda, há uma Renovação verdadeiramente Carismática.
Oremos, e como
irmãos, olhemos com maturidade para a história, e quem fez parte dela, para conseguirmos
com humildade caminhar para os próximos 50 anos de nosso Movimento.
abraço Fraterno!
Márcio Zolin
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