segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Eu sou Renovação Carismática Católica, eu amo a RCC!

Eu sou Renovação Carismática Católica, eu amo a RCC!
Essa frase grita em meu coração por 22 anos de caminhada, desde o dia que fui batizado no Espírito Santo em abril de 1994, em um retiro de Experiência de Oração em Palotina, Paraná. Não tinha a compreensão de como seria a minha vida a partir daquele momento e o que Deus tinha preparado pela frente. Mas tinha uma certeza: eu queria ser carismático!
Mesmo sem saber e conhecer o Movimento, era algo que gritava em meu coração, tinha encontrado meu lugar, que daria sentido em minha vida e história.  Era através dessa graça que gostaria de viver, servir a Jesus Cristo. Não consigo imaginar o que seria de mim sem a graça do Batismo do Espírito Santo, sem o Grupo de Oração (GO), sem a Renovação Carismática.
Sempre tive uma leitura própria dos tempos e também da RCC. Por isso, sempre nas provações e dificuldades, separei a ação humana, que às vezes é pecadora, da graça que é nosso Movimento. Porque um dia fiz uma escolha, e ainda hoje essa escolha é viva no meu coração, de dar a vida por Jesus Cristo na RCC.  Viver essa graça não para agradar as estruturas ou pessoas, mas sim por um chamado de Jesus! É claro que a vivência com irmãos é fundamental, o viver em comunidade é pilar de nossa identidade.
Eu faço parte da terceira geração de carismáticos do Brasil, geração de 90, e vejo aqui a importância da história em nossa vida e chamado. Olhar para o passado e ver quem somos, de onde viemos, para olhar e sonhar o futuro. E minha geração é fruto da primeira e segunda, dos pioneiros da RCC, somos uma reposta à fidelidade de nossos irmãos.
Sempre falei para meu amigo e pai de caminhada, Reinaldo Beserra, que nós éramos resposta a sua fidelidade e a de muitos que deram sua vida por Jesus na RCC, que ele poderia olhar para nós e perceber o quanto valeu a pena ser fiel a esse chamado. E ainda mais, que nossa geração não veio para substituir, ocupar o lugar das gerações que deram sua vida, mas sim em resposta.
Não somos um time de futebol que quando estamos velhos ou não jogando bem tem que se aposentar ou ser substituído. Muito pelo contrário, precisamos estar juntos na missão para que tenhamos o equilíbrio entre o novo e o velho, ou seja, os dois se completam.
É assim que temos que viver essa graça, e sei de lugares no Brasil e no mundo que se vive isso de maneira linda, e com isso o nosso Movimento cresce em todos os sentidos, mas principalmente em maturidade. Os 50 anos é um momento oportuno para nos revermos em muitos aspectos. Temos também exemplos ruins por falta de maturidade.
Em muitas realidades e instâncias de coordenação quando um coordenador é escolhido para um mandato às vezes se acha “salvador da pátria”, pensa que vai salvar o mundo. E tem a falsa modéstia e orgulho de que vai resolver os problemas da RCC focando somente nos problemas, se perde a visão da graça, da benção que transcorre na história de nosso Movimento.  Com isso passa por cima de tudo e todos, tudo é novidade, pensando que inventou a roda ou fogo. Isso é triste. A beleza está em honrar nossos irmãos, sem medo de ser comparado sendo dirigido pelo Espírito Santo, consciente do chamado e da unção do seu tempo, olhando somente para graça com olhar profético, sem valorizar as fragilidades e problemas que temos, mas com alegria supere-los, acreditando na providencia de Deus.
Sabemos que às vezes os irmãos que nos antecederam e outras lideranças são difíceis, complicadas, mas com amor podemos quebrar as barreiras. Em muitos lugares já presenciei mudanças de estatuto e regimento para privar os antigos líderes de participarem das reuniões de grupo ou dioceses. Não podemos pensar em nós, no melhor para nós e sim para nosso Movimento. O grande desafio é conviver com essas diferenças, e tenho certeza que no amor é possível, na caridade. Porque precisa deste equilíbrio, não podemos competir entre nós, somos servos.

Mas graças a Deus as bênçãos é o amor, essa maturidade, têm prevalecido em grande parte de nossas realidades. Falo isso porque não somente observei, mas testemunhei quando estive na coordenação diocesana de Foz do Iguaçu, e ainda percebo essa realidade na diocese, o amor prevalece, e quando existe amor há unidade, fraternidade; e mais ainda, há uma Renovação verdadeiramente Carismática.
Oremos, e como irmãos, olhemos com maturidade para a história, e quem fez parte dela, para conseguirmos com humildade caminhar para os próximos 50 anos de nosso Movimento.

abraço Fraterno!

Márcio Zolin

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Sereis Minhas Testemunhas...

“E Sereis minhas testemunhas...” Atos 1,8

No dia 05/09 recebi um convite especial para pregar na Diocese de Foz do Iguaçu sobre esse tema, foi uma experiência linda da ação de Deus, por isso gostara de partilhar essa reflexão.

Temos um mandado dado pelo próprio  Jesus, em Marcos 16,15 “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.” Esse mandato é atual, não podemos perder ele de vista em nossa caminhada, em nosso chamado, principalmente nós que fomos batizados no Espírito Santo.

E Jesus diz que seremos suas testemunhas em todo mundo, por isso Ele derramaria o Espirito Santo. Algo que podemos ter certeza que Pentecostes, como dizia o Bispo e grande amigo Dom José Azcona, resulta em missão. A experiência de Pentecostes faz isso em nosso coração.

Mas essa missão que recebemos, esse mandato deverá ser cumprido como? Em nossas vidas? Em nossos GOs? 

a.    No poder do Espirito Santo: Quando os apóstolos receberam em Pentecostes o Espirito Santo, eles testemunhavam no poder do Espirito Santo, o Evangelho desde o inicio foi disseminado no poder do Espirito Santo (Paresia). Jesus sabia que sem o Espirito Santo os apóstolos não conseguiriam exercer esse mandato, sem estar revestido do Seu poder. Para que a nossa missão seja cheia do poder do Espirito Santo temos que estar revestidos dessa graça.

b.    No testemunho: A Promessa feita por Jesus em Atos 1,8 se cumpriu em Pentecostes. O Batismo do Espirito Santo tem uma finalidade: tornar-nos testemunhas de Jesus. Os dons e a manifestação do poder de Deus tem um objetivo em nossos Grupos de Oração e em nossa vida: tornar-nos testemunhas de Jesus. Percebemos isso muito forte nos primeiros cristãos, nas primeiras comunidades. Mas o que eles testemunhavam?

1.    Testemunhavam  o poder do Espirito Santo, os sinais, prodígios e maravilhas: Esse é um grande desafio que não podemos perder de vista e de nossa vivência carismática. Algumas vezes ficamos perdendo tempo comparando o hoje e o ontem em nossa vida e na Renovação. Esses sinais e maravilhas são atuais, mas temos que estar cheios do Espirito Santo e abertos para o que Jesus pode fazer hoje em nossa pregação, em nosso testemunho e na vida dos irmãos. Não podemos limitar a ação do Espirito Santo. Temos que tomar cuidado para que técnica, o conhecimento humano, a autossuficiência, não seja um limitador do poder de Deus. Não podemos achar que se um dia fomos usados com poder e milagres isso é automático, como ligar e desligar de um botão, ou porque já tenho toda a formação e capacidade humana, quase um profissional da graça. Tudo isso é bom, mas sem a Graça, sem estar revestido do poder do Espirito Santo, não vamos cumprir nosso mandado como Jesus deseja. Precisamos viver essa experiência todos os dias de nossa vida para não sucumbirmos.

2.    Na pregação da Palavra: Os apóstolos pregavam com poder  e autoridade. A pregação da Palavra é o principal instrumento de nossa missão sob a ação do Espirito Santo. Em Atos 4, 23-31, percebemos o testemunho das primeiras comunidades onde eram coagidos a não anunciar o nome de Jesus, mas eles não tinham medo, não se curvavam perante as dificuldades e perseguição, clamava ainda mais a Deus pedindo para ser revestida do poder do Espirito Santo. Com ousadia intrepidez, pedia mais do Espirito Santo. Isso é lindo e serve como modelo para nós. Mas hoje os nossos desafios são diferentes, temos muita liberdade para anunciar, talvez os maiores desafios são internos. Temos que tomar cuidado de não nos fecharmos em nós mesmos, na “pastoral da conservação”. Achamos que estamos evangelizando, mas estamos girando em torno de nós, instrumentalizando o Grupo e a missão para beneficio próprio. E pior quando usamos a missão e o Grupo como um meio de fuga de nossa  realidade e um palco para suprir nossas carências. Mas Graças a Deus isso é minoria, temos Grupos de Oração e homens e mulheres cheios do poder do Espirito Santo.
a.    Quando olhamos para os primeiras comunidades em Atos 4, 29-30, percebemos algumas características que devem nos inquietar:
  • ·         Consciência de sua missão no mundo;
  • ·         Unida;
  • ·         Se amavam de verdade;
  • ·         Internamente estava pegando fogo;
  • ·         Desejava anunciar a Jesus Cristo;
  • ·         Obediente ao mandato de Jesus.


 b.    Era uma comunidade com muitos desafios mas rezava, clamava a Deus: “Agora, pois, Senhor, olhai para as suas ameaças e concedei aos vossos servos que com todo o desassombro anunciem a Vossa Palavra. Estendei a Vossa mão para que se realizem curas, milagres e prodígios pelo Nome de Jesus, Vosso Santo Servo!” E Deus os atendeu: “Mal acabavam de rezar, tremeu o lugar onde estavam reunidos. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram com intrepidez a Palavra de Deus.” (Atos 4,31).  Basta clamarmos e Deus vai nos dar a graça do Seu poder. Não podemos aceitar que nossas vidas e nosso Grupo estejam enfermos, a nossa missão é sermos canais da cura de Deus, por isso temos que clamar como os primeiros cristãos: queremos mais Espirito Santo!

Amigos, precisamos remover os obstáculos que criamos e sempre estão se colocando em nosso chamado; os mesmos nem sempre estão nas estruturas, nas coordenações... está em nós, na falta ou ausência de uma nova Experiência do Espirito Santo. Temos que voltar ao foco, perdemos tempo com coisas periféricas, brigas, disputas, animosidades, intrigas, tudo isso nos tira daquilo que é essencial em nossa vida, nosso chamado e mandato: ser testemunha de Jesus Cristo em todo mundo, e seremos se nos abrirmos todos dias a uma experiência poderosa do Espirito Santo.

Abraço Fraterno!

Márcio Zolin