sábado, 17 de setembro de 2011

Alma do Mundo

Queridos Sentinelas, a paz de Jesus!

Abaixo tem um texto que vai nos ajudar a refletir sobre nossa caminhada, nossa identidade de cristãos, e autenticidade do nosso sim e testemunho. Quando falamos ou escrevemos sobre isso, temos que voltar aos primeiros cristãos. Voltar para entender a nossa missão, compreender o como viver a cultura de pentecostes nos tempos de hoje, oque significa a tão sonhada civilização do amor.

Queridos sentinelas, o nosso projeto pessoal de vida é fundamentado no evangelho? nosso testemunho de jovens cristãos tem atraído jovens para Jesus? o centro de nossa evangelização  é Jesus? Ser de Jesus, e dar testemunho cada vez mais e loucura para mundo, vivemos essa realidade na Europa, no Brasil ainda as pessoas são abertas a receber a verdadeira mensagem de salvação. Para isso não tenhamos medo de sermos verdadeiros arautos do evangelho, com nossa vida e depois com palavras.

Que esse essa reflexão nos ajude a compreender tantas inquietudes.



A ALMA DO MUNDO
Meu irmão, minha irmã, eu peço que você leia com atenção o breve texto abaixo, que retrata um estilo de vida que muito nos diz respeito:

“Eles estão na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na terra, mas têm sua cidadania no céu; obedecem às leis estabelecidas, mas com sua vida ultrapassam as leis; amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, apesar disso, condenados; são mortos e, desse modo, lhes é dada a vida; são pobres, e enriquecem a muitos; carecem de tudo, e têm abundância de tudo; são desprezados e, no desprezo tornam-se glorificados; são amaldiçoados e, depois, proclamados justos; são injuriados, e bendizem; são maltratados, e honram; fazem o bem, e são punidos como malfeitores; são condenados, e se alegram como se recebessem a vida” (carta a Diogneto, n. 5).

Você certamente já percebeu  sobre quem o autor está falando. Esse é um texto muito antigo, escrito nos inícios da propagação da fé cristã.

Nas origens, aqueles que eram “autenticamente” cristãos davam esse tipo de testemunho, tanto que muitos estudiosos, que se dedicam a analisar a vida das primeiras comunidades cristãs, atestam que a mensagem evangélica, a fraternidade vivida nos grupos e o testemunho de santidade, indo até o martírio, levaram muitos a aderirem à nova religião.

Na sequência do texto, o autor diz: “Em poucas palavras, assim como a alma está no corpo, assim os cristãos estão no mundo”. Eles, os cristãos, davam vida ao mundo!
E com quem aprenderam a ser assim? Com o Senhor Jesus, claro! Sim, os cristãos, verdadeiramente fiéis, imitavam Jesus Cristo, tendo por base a Doutrina propagada pelos apóstolos.

E quanto a nós? Se alguém se dedicar a nos observar e retratar o nosso estilo de vida, hoje, como irá nos descrever? Nós, que somos católicos, que frequentamos a Missa, Grupos de Oração, que imagem passou aos que nos conhecem, convivem conosco?

É necessário que façamos essa autoavaliação, porque temos o compromisso de dar testemunho de vida.  Esse é um eficaz meio de evangelização, como nos ensina Paulo VI (Evangelli Nuntiandi, n. 41).

Então, como estamos vivendo? Como temos conduzido nossa vida? Nossos pensamentos, sentimentos, ações são parecidos com os de Jesus?

Em quem nos espelhamos? Qual o papel dos Evangelhos em nossa vida? Eles pautam nosso agir? O que Jesus ensinou, nós buscamos fazer? Temos nos esforçado para isso?
Recebemos uma missão: ser “rosto e memória de Pentecostes”. Devemos mostrar ao mundo a face do cristianismo autêntico; não deixar cair no esquecimento o modelo de vida de nossos pais na fé. Isso é reimplantar uma cultura que já esteve fortemente presente na humanidade. Somos chamados a resgatar, na força que vem do alto, a “Cultura de Pentecostes”.

Somente cheios do Espírito Santo poderemos viver como Jesus viveu. Somente o Paráclito pode nos dar coragem para anunciar, viver o amor fraterno, a santidade. Clamemos sem cessar por sua presença, para que o mundo veja e creia.

Em Cristo,
Lúcia V. Zolin
Coord. nacional da Comissão e do Ministério de Comunicação Social da RCCBRASIL





Juventude carismática, assuma o protagonismo desse tempo!


Em mais uma catequese, o coordenador nacional do Ministério Jovem, Márcio Zolin, convida a juventude carismática ao protagonismo nestes tempos, nos incentiva a uma séria reflexão. Nós convidamos você a investir uns poucos minutos para a sua leitura. Leia, pense e partilhe!

“Já não estou no mundo; mas eles permanecem no mundo e eu volto a Ti. Pai Santo, guarda em teu nome os que me deste, para que sejam um como nós” (Jo 17,11).
Uma oração do Filho para o Pai. Uma oração feita em favor de seus discípulos e na qual fomos incluídos: “não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra crerão em mim” (Jo.17,20). É comovente saber que nós, seus seguidores de hoje, estávamos naquele pedido do Senhor. Emoção que vem carregada de forte dose de responsabilidade. Afinal, temos nos esforçado para realizar esse desejo de unidade do coração do nosso Senhor?
É algo sobre o qual temos que pensar seriamente. Porque o mal tem agido de forma muito bem articulada. Propagado conceitos quase em uma só voz. Dissemina-se em programas de televisão, pela internet e em tantos outros instrumentos de comunicação. Não! Não estamos culpando os meios! Estes podem ser usados para o bem ou para mal. O problema é que os mesmos têm sido empregados largamente para difundir valores que ferem os ensinamentos de Jesus Cristo. A fé da Igreja Católica!
Vejam quantas novelas tentando promover falsas doutrinas, desprestigiando o cristianismo. Por que será que os católicos são sempre apresentados como neuróticos nas novelas? Por que usam o Santo nome de Jesus, sempre em tom de desequilíbrio? Vejam a articulação promovida por muitos meios contra valores que fazem parte da nossa essência: como a castidade, simplicidade e humildade. A vida de santidade é desprezada. E tudo isso com trilha sonora. Já perceberam que sempre toca uma “musiquinha” romântica? O casal que acabou de se conhecer, no filme, por exemplo, passa a ter uma vida íntima. A mulher casada, porque tem algum problema no casamento, trai seu marido. E tudo parece tão normal, ao som de uma linda canção....
E quanto a nós? O que temos feito? Será que estamos vivendo a unidade, em nossos Grupos, obedecendo às moções dadas pelo Senhor? Ou temos cuidado apenas da própria vida, enquanto a cultura da morte vai ganhando terreno e reinando absoluta? Tomemos por exemplo a campanha de assinaturas contra o aborto. Faz mais de quatro anos que demos inicio a esta mobilização nacional para reunir um milhão de assinaturas e ainda nos faltam mais de cento e trinta mil.
Vamos nos unir e trabalhar juntos? Vamos aderir às mesmas causas? Vamos encher a internet com o cristianismo? Mostrar a voz e o rosto de Cristo no mundo virtual?
Vamos fazer que nossa juventude carismática assuma o protagonismo deste tempo.
Em Cristo Jesus. Abraço fraterno!
Márcio Zolin
Coordenador Nacional do Ministério Jovem/RCC Brasil 

Um tempo favorável de graça


Queridos Sentinelas de todo Brasil.
Estamos vivendo um tempo favorável de graça, estamos nos aproximando de nosso encontro nacional de jovens no Rio de Janeiro. Senti que esta homilia de nosso Papa Bento XVI que nos falar muito para esse momento que estamos vivendo. Ele fala sobre coisas que são da espiritualidade carismática, e até mesmo usa o termo batismo do Espírito Santo explicando o que é o seu significado.
Temos esse grande chamado de vivermos em nossa vida e juventude o apostolado do Espírito Santo. Mas o grande questionamento que temos que fazer em nosso chamado no Ministério Jovem em nossas paróquias, dioceses e estados : “ Amados jovens, permiti que vos ponha agora uma questão. E vós o que é que deixareis à próxima geração? Estais a construir as vossas vidas sobre alicerces firmes, estais a construir algo que há-de durar? Estais a viver a vossa existência de modo a dar espaço ao Espírito no meio dum mundo que quer esquecer Deus ou mesmo rejeitá-Lo em nome de uma falsa noção de liberdade? Como estais a usar os dons que vos foram dados, a «força» que o Espírito Santo está pronto, mesmo agora, a derramar sobre vós? Que herança deixareis aos jovens que virão? Qual será a diferença impressa por vós?”
Qual a marca que estamos deixando impressa no mundo de hoje? O que deixaremos para jovens que virão? Estamos fazendo a diferença? Estamos usando o Ministério Jovem como estratégia de Deus para mudar o mundo e implantar a civilização do amor?
Jovens neste tempo devemos nos desgastar pelo evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, temos que eliminar em nosso meio interesse pessoal, as nossas vaidade. Não podemos construir um trabalho centralizado em nós mesmos. Temos que deixar uma marca para os jovens que virão, e uma delas e de santos, jovens realmente santos que não negociam com mundo, que tentam transformar o mundo, mas sem se misturar com mundo, tendo em seu rosto sempre as marcas de Jesus.
O Ministério Jovem deve produzir para mundo para Igreja e para jovens, SANTOS. Jovens, é tempo de santificarmos o mundo através de nossas vidas, vivendo a radicalidade do evangelho.
Vamos convocar a nossa juventude que tem uma experiência profunda de pentecostes a implantarmos a cilivização do amor.
Aprofundemos essa partilha com a homilia de nosso Papa.
 «Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós» (Act 1, 8). Vimos hoje cumprida esta promessa. No dia de Pentecostes, como ouvimos na primeira leitura, o Senhor ressuscitado, sentado à direita do Pai, enviou o Espírito sobre os discípulos reunidos no Cenáculo. Com a força deste Espírito, Pedro e os Apóstolos foram pregar o Evangelho até aos confins da terra. Em cada idade e nas mais diversas línguas, a Igreja continua a proclamar pelo mundo inteiro as maravilhas de Deus, convidando todas as nações e povos a abraçar a fé, a esperança e a nova vida em Cristo.
(…) Rezo para que esta grande assembleia, que congrega jovens «de todas as nações que há debaixo do céu» (Act 2, 5), se torne um novo Cenáculo. Que o fogo do amor de Deus desça sobre os vossos corações e os encha, a fim de vos unir cada vez mais ao Senhor e à sua Igreja e enviar-vos, como nova geração de apóstolos, para levar o mundo a Cristo.
(…) De facto, em cada Missa o Espírito Santo, invocado na oração solene da Igreja, desce novamente não só para transformar os nossos dons do pão e do vinho no Corpo e no Sangue do Senhor, mas também para transformar as nossas vidas fazendo de nós, com a sua força, «um só corpo e um só espírito em Cristo».
Mas, o que é este «poder» do Espírito Santo? É o poder da vida de Deus. É o poder do mesmo Espírito que pairou sobre as águas na alvorada da criação e que, na plenitude dos tempos, levantou Jesus da morte. É o poder que nos conduz, a nós e ao nosso mundo, para a vinda do Reino de Deus. No Evangelho de hoje, Jesus anuncia que começou uma nova era, na qual o Espírito Santo será derramado sobre a humanidade inteira (cf. Lc 4, 21). Ele próprio, concebido por obra do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, veio habitar entre nós para nos trazer este Espírito. Como fonte da nossa vida nova em Cristo, o Espírito Santo é também, de modo profundamente verdadeiro, a alma da Igreja, o amor que nos une ao Senhor e entre nós e a luz que abre os nossos olhos para verem as maravilhas da graça de Deus ao nosso redor.
Aqui na Austrália, nesta grande «Terra Austral do Espírito Santo», tivemos todos uma inesquecível experiência da presença e da força do Espírito na beleza da natureza. (…) Também aqui, nesta grande assembleia de jovens cristãos vindos de todo o mundo, tivemos uma experiência concreta da presença e da força do Espírito na vida da Igreja. Vimos a Igreja na profunda verdade do seu ser: Corpo de Cristo, comunidade viva de amor, que engloba pessoas de toda a raça, nação e língua, de todos os tempos e lugares, na unidade que brota da nossa fé no Senhor ressuscitado.
A força do Espírito não cessa jamais de encher de vida a Igreja. (…)
No entanto esta força, a graça do Espírito, não é algo que possamos merecer ou conquistar; podemos apenas recebê-la como puro dom. O amor de Deus pode propagar a sua força, somente quando lhe permitimos que nos mude a partir de dentro. Temos de O deixar penetrar na crosta dura da nossa indiferença, do nosso cansaço espiritual, do nosso cego conformismo com o espírito deste nosso tempo. Só então nos será possível consentir-Lhe que acenda a nossa imaginação e plasme os nossos desejos mais profundos. Eis o motivo por que é tão importante a oração: a oração diária, a oração privada no recolhimento dos nossos corações e diante do Santíssimo Sacramento e a oração litúrgica no coração da Igreja. A oração é pura receptividade à graça de Deus, amor em acto, comunhão com o Espírito que habita em nós e nos conduz através de Jesus, na Igreja, ao nosso Pai celeste. Na força do seu Espírito, Jesus está sempre presente nos nossos corações, esperando serenamente que nos acomodemos em silêncio junto d’Ele para ouvir a sua voz, permanecer no seu amor e receber a «força que vem do Alto», uma força que nos habilita a ser sal e luz para o nosso mundo.
(…) Amados jovens, permiti que vos ponha agora uma questão. E vós o que é que deixareis à próxima geração? Estais a construir as vossas vidas sobre alicerces firmes, estais a construir algo que há-de durar? Estais a viver a vossa existência de modo a dar espaço ao Espírito no meio dum mundo que quer esquecer Deus ou mesmo rejeitá-Lo em nome de uma falsa noção de liberdade? Como estais a usar os dons que vos foram dados, a «força» que o Espírito Santo está pronto, mesmo agora, a derramar sobre vós? Que herança deixareis aos jovens que virão? Qual será a diferença impressa por vós?
A força do Espírito Santo não se limita a iluminar-nos e a consolar-nos; orienta-nos também para o futuro, para a vinda do Reino de Deus. Que magnífica visão duma humanidade redimida e renovada entrevemos na nova era prometida pelo Evangelho de hoje! (…) A efusão do Espírito de Cristo sobre a humanidade é um penhor de esperança e de libertação contra tudo aquilo que nos depaupera. Tal efusão dá nova vista ao cego, manda livres os oprimidos, e cria unidade na e com a diversidade (cf. Lc 4, 18-19; Is 61, 1-2). Esta força pode criar um mundo novo, pode «renovar a face da terra» (cf. Sal 104, 30).
Uma nova geração de cristãos, revigorada pelo Espírito e inspirando-se a uma rica visão de fé, é chamada a contribuir para a edificação dum mundo onde a vida seja acolhida, respeitada e cuidada amorosamente, e não rejeitada nem temida como uma ameaça e, consequentemente, destruída. Uma nova era em que o amor não seja ambicioso nem egoísta, mas puro, fiel e sinceramente livre, aberto aos outros, respeitador da sua dignidade, um amor que promova o bem de todos e irradie alegria e beleza. Uma nova era na qual a esperança nos liberte da superficialidade, apatia e egoísmo que mortificam as nossas almas e envenenam as relações humanas. Prezados jovens amigos, o Senhor está a pedir-vos que sejais profetas desta nova era, mensageiros do seu amor, capazes de atrair as pessoas para o Pai e construir um futuro de esperança para toda a humanidade.
O mundo tem necessidade desta renovação. Em muitas das nossas sociedades, ao lado da prosperidade material vai crescendo o deserto espiritual: um vazio interior, um medo indefinível, uma oculta sensação de desespero. Quantos dos nossos contemporâneos escavaram para si mesmos cisternas rotas e vazias (cf. Jer 2, 13) à procura desesperada de sentido, daquele sentido último que só o amor pode dar!? Este é o dom grande e libertador que o Evangelho traz consigo: revela a nossa dignidade de mulheres e homens criados à imagem e semelhança de Deus; revela a sublime vocação da humanidade, que é a de encontrar a própria plenitude no amor; desvenda a verdade sobre o homem, a verdade sobre a vida.
Também a Igreja tem necessidade desta renovação. Precisa da vossa fé, do vosso idealismo e da vossa generosidade, para poder ser sempre jovem no Espírito (cf. Lumen gentium, 4). (…) A Igreja tem uma especial necessidade do dom dos jovens, de todos os jovens. Ela precisa de crescer na força do Espírito, que agora mesmo vos enche de alegria a vós, jovens, e vos inspira a servir o Senhor com entusiasmo. Abri o vosso coração a esta força. Dirijo este apelo de forma especial àqueles que o Senhor chama à vida sacerdotal e consagrada. Não tenhais medo de dizer o vosso «sim» a Jesus. (…)
Que significa receber o «selo» do Espírito Santo? Significa ficar indelevelmente marcados, inalteravelmente mudados, significa ser novas criaturas. Para aqueles que receberam este dom, nada mais pode ser como antes. Ser «baptizados» no Espírito significa ser incendiados pelo amor de Deus. «Beber» do Espírito (cf. 1 Cor 12, 13) significa ser refrescado pela beleza do plano de Deus sobre nós e o mundo, e tornar-se por sua vez uma fonte de refrigério para os outros. Ser «selados com o Espírito» significa além disso não ter medo de defender Cristo, deixando que a verdade do Evangelho permeie a nossa maneira de ver, pensar e agir, enquanto trabalhamos para o triunfo da civilização do amor. (…)

Amados jovens de língua portuguesa, queridos amigos em Cristo! Sabeis que Jesus não vos quer sozinhos; disse Ele: «Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador para estar convosco para sempre, o Espírito da verdade (…) que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós» (Jo 14, 16-17). É verdade! Sobre vós desceu uma língua de fogo do Pentecostes: é a vossa marca de cristãos. Mas não foi para a guardardes só para vós, porque «a manifestação do Espírito é dada a cada um para proveito comum» (1 Cor 12, 7). Levai este Fogo santo a todos os cantos da terra. Nada e ninguém O poderá apagar, porque desceu do céu. Tal é a vossa força, caros jovens amigos! Por isso, vivei do Espírito e para o Espírito!



A versão integral dos discursos pronunciados pelo Santo Padre está disponível no site da Santa Sé www.vatican.va e nas várias edições do jornal L’Osservatore Romano.
Levamos essa partilha para todos nossos grupos de oração. Ousemos a dar passos concretos para transformar o mundo, partindo de nossas realidade. Ministério jovem, não temam, o Senhor esta conosco.
Abraço fraterno!
Márcio Zolin
Coordenador do Ministério Jovem RCCBrasil

segunda-feira, 6 de junho de 2011

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O 45º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA O 45º DIA MUNDIAL
DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
 
Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital
5 de Junho de 2011

Queridos irmãos e irmãs!
Por ocasião do XLV Dia Mundial das Comunicações Sociais, desejo partilhar algumas reflexões, motivadas por um fenómeno característico do nosso tempo: a difusão da comunicação através da rede internet. Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais. As novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão.
Aparecem em perspectiva metas até há pouco tempo impensáveis, que nos deixam maravilhados com as possibilidades oferecidas pelos novos meios e, ao mesmo tempo, impõem de modo cada vez mais premente uma reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital. Isto é particularmente evidente quando nos confrontamos com as extraordinárias potencialidades da rede internet e a complexidade das suas aplicações. Como qualquer outro fruto do engenho humano, as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira. Usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano.
No mundo digital, transmitir informações significa com frequência sempre maior inseri-las numa rede social, onde o conhecimento é partilhado no âmbito de intercâmbios pessoais. A distinção clara entre o produtor e o consumidor da informação aparece relativizada, pretendendo a comunicação ser não só uma troca de dados, mas também e cada vez mais uma partilha. Esta dinâmica contribuiu para uma renovada avaliação da comunicação, considerada primariamente como diálogo, intercâmbio, solidariedade e criação de relações positivas. Por outro lado, isto colide com alguns limites típicos da comunicação digital: a parcialidade da interacção, a tendência a comunicar só algumas partes do próprio mundo interior, o risco de cair numa espécie de construção da auto-imagem que pode favorecer o narcisismo.
Sobretudo os jovens estão a viver esta mudança da comunicação, com todas as ansiedades, as contradições e a criatividade própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida. O envolvimento cada vez maior no público areópago digital dos chamados social network, leva a estabelecer novas formas de relação interpessoal, influi sobre a percepção de si próprio e por conseguinte, inevitavelmente, coloca a questão não só da justeza do próprio agir, mas também da autenticidade do próprio ser. A presença nestes espaços virtuais pode ser o sinal de uma busca autêntica de encontro pessoal com o outro, se se estiver atento para evitar os seus perigos, como refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual. Na busca de partilha, de «amizades», confrontamo-nos com o desafio de ser autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artificialmente o próprio «perfil» público.
As novas tecnologias permitem que as pessoas se encontrem para além dos confins do espaço e das próprias culturas, inaugurando deste modo todo um novo mundo de potenciais amizades. Esta é uma grande oportunidade, mas exige também uma maior atenção e uma tomada de consciência quanto aos possíveis riscos. Quem é o meu «próximo» neste novo mundo? Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo «diferente» daquele onde vivemos? Temos tempo para reflectir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras? É importante nunca esquecer que o contacto virtual não pode nem deve substituir o contacto humano directo com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida.
Também na era digital, cada um vê-se confrontado com a necessidade de ser pessoa autêntica e reflexiva. Aliás, as dinâmicas próprias dos social network mostram que uma pessoa acaba sempre envolvida naquilo que comunica. Quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais. Segue-se daqui que existe um estilo cristão de presença também no mundo digital: traduz-se numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro. Comunicar o Evangelho através dos novos midia significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele. Aliás, também no mundo digital, não pode haver anúncio de uma mensagem sem um testemunho coerente por parte de quem anuncia. Nos novos contextos e com as novas formas de expressão, o cristão é chamado de novo a dar resposta a todo aquele que lhe perguntar a razão da esperança que está nele (cf. 1 Pd 3, 15).
O compromisso por um testemunho do Evangelho na era digital exige que todos estejam particularmente atentos aos aspectos desta mensagem que possam desafiar algumas das lógicas típicas da web. Antes de tudo, devemos estar cientes de que a verdade que procuramos partilhar não extrai o seu valor da sua «popularidade» ou da quantidade de atenção que lhe é dada. Devemos esforçar-nos mais em dá-la conhecer na sua integridade do que em torná-la aceitável, talvez «mitigando-a». Deve tornar-se alimento quotidiano e não atracção de um momento. A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objecto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre. Mesmo se proclamada no espaço virtual da rede, aquela sempre exige ser encarnada no mundo real e dirigida aos rostos concretos dos irmãos e irmãs com quem partilhamos a vida diária. Por isso permanecem fundamentais as relações humanas directas na transmissão da fé!
Em todo o caso, quero convidar os cristãos a unirem-se confiadamente e com criatividade consciente e responsável na rede de relações que a era digital tornou possível; e não simplesmente para satisfazer o desejo de estar presente, mas porque esta rede tornou-se parte integrante da vida humana. A web está a contribuir para o desenvolvimento de formas novas e mais complexas de consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada. Somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé: que Cristo é Deus, o Salvador do homem e da história, Aquele em quem todas as coisas alcançam a sua perfeição (cf. Ef 1, 10). A proclamação do Evangelho requer uma forma respeitosa e discreta de comunicação, que estimula o coração e move a consciência; uma forma que recorda o estilo de Jesus ressuscitado quando Se fez companheiro no caminho dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), que foram gradualmente conduzidos à compreensão do mistério mediante a sua companhia, o diálogo com eles, o fazer vir ao de cima com delicadeza o que havia no coração deles.
Em última análise, a verdade que é Cristo constitui a resposta plena e autêntica àquele desejo humano de relação, comunhão e sentido que sobressai inclusivamente na participação maciça nos vários social network. Os crentes, testemunhando as suas convicções mais profundas, prestam uma preciosa contribuição para que a web não se torne um instrumento que reduza as pessoas a categorias, que procure manipulá-las emotivamente ou que permita aos poderosos monopolizar a opinião alheia. Pelo contrário, os crentes encorajam todos a manterem vivas as eternas questões do homem, que testemunham o seu desejo de transcendência e o anseio por formas de vida autêntica, digna de ser vivida. Precisamente esta tensão espiritual própria do ser humano é que está por detrás da nossa sede de verdade e comunhão e nos estimula a comunicar com integridade e honestidade.
Convido sobretudo os jovens a fazerem bom uso da sua presença no areópago digital. Renovo-lhes o convite para o encontro comigo na próxima Jornada Mundial da Juventude em Madrid, cuja preparação muito deve às vantagens das novas tecnologias. Para os agentes da comunicação, invoco de Deus, por intercessão do Patrono São Francisco de Sales, a capacidade de sempre desempenharem o seu trabalho com grande consciência e escrupulosa profissionalidade, enquanto a todos envio a minha Bênção Apostólica.
Vaticano, Festa de São Francisco de Sales, 24 de Janeiro de 2011.

BENEDICTUS PP. XVI
 

sábado, 21 de maio de 2011

OS DISCÍPULOS DO AMANHÃ

OS DISCÍPULOS DO AMANHÃ
Reinaldo Beserra dos Reis
A grande maioria das pessoas que freqüenta a Igreja aspira, pretende
e se identifica como discípulos de Jesus Cristo. E é muito bom que assim o
seja. É muito bom que cada pessoa na Igreja tenha no coração este desejo
de querer aprender da vida de Jesus, de ser continuamente instruído em Sua
doutrina, de “frequentar” a escola de tão Divino Mestre. Mas Jesus não
quer apenas “ discípulos”. Jesus não nos quer “eternamente” alunos, como
simples aprendizes de um ofício que nunca exercitamos, nunca assumimos
e para o qual estamos sempre sendo treinados...
Não. A Igreja está por demais povoada de “discípulos do amanhã”,
que sempre que convidados a assumir uma tarefa mais séria, uma atividade
mais comprometedora com a Boa Nova, pondo em risco e oferecendo ao
desgaste a própria vida pela causa do Reino, recusam-se, alegando não
estar ainda “preparados” para tal serviço, não ter ainda “condições” de se
doar como o trabalho em questão exige. Preferem continuar “discípulos”,
apenas. Preferem continuar tendo “ótimas idéias” e “planos
impressionantes”, mas... para os outros executarem! E passam a vida “se
preparando”, deliciando-se com os ensinamentos recebidos de outrem, às
vezes criticando quem trabalha, contestando isso e aquilo, para, quem sabe,
num amanhã que nunca chegará, oferecer ao Senhor os “restos” de suas
vidas egoístas e medrosas...
João Paulo II, em sua Exortação Apostólica Catechesi Tradendae
nos chamava a atenção para o fato de que uma das missões do Espírito
Santo é exatamente a de transformar aquele que é discípulo em testemunha
de Jesus Cristo (Catechesi Tradendae, 72). Ou seja, depois de testemunhar
Jesus em nós e nos tornar discípulos, o Espírito quer que nós mesmos
testemunhemos a Jesus, trabalhando por manifestá-lo a outros que não O
conhecem (Jo 15,26-27). E não precisamos nos sentir “despreparados” ou
incapacitados. A capacitação para testemunhar a Jesus vem do Espírito, e
não de nosso “muito tempo” na escola da fé. Pois esta foi a promessa feita
por Jesus a um grupo especial de discípulos: “... Mas descerá sobre vós o
Espírito Santo e vos dará força e sereis minhas testemunhas (...) até os
confins do mundo” (At 1,8). De maneira que todo aquele que, na Igreja,
não dá testemunho de sua fé em Cristo, precisa se perguntar discípulo de
quem realmente é... e se, na verdade, está se deixando habitar e conduzir
por Seu Espírito. Porque a conseqüência de quem busca viver na plenitude
do Espírito é dar testemunho de Jesus...
Na Audiência Geral de 24 de maio de 1989, em Roma, o hoje beato
João Paulo II nos ensinava: “A ação do Espírito Santo é a de dar
testemunho! E uma ação interior, tri-imanente, nos corações dos
discípulos, que então se tornam capazes de dar testemunho de Cristo
eternamente... Ao testemunhar Cristo, o Paráclito é um assíduo Advogado e
Defensor da Obra de Salvação e de todos aqueles que estão engajados nesta
Obra”. Seu predecessor – Paulo VI – na Exortação Apostólica Evangelii
Nuntiandi (n.75), já enfatizava: “O Espírito Santo é aquele que, hoje ainda,
como nos inícios da Igreja, age em cada um dos evangelizadores que se
deixa possuir e conduzir por ele, e põe na sua boca as palavras que ele
sozinho não poderia encontrar, ao mesmo tempo que predispõe a alma
daqueles que escutam a fim de a tornar aberta e acolhedora para a Boa
Nova e para o reino anunciado. As técnicas da evangelização são boas,
obviamente; mas, ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a
ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do
evangelizador nada faz sem ele.” Não poucas pessoas são motivadas,
atualmente, a ansiar por uma renovada efusão do Espírito Santo em suas
vidas. Querem “o poder do alto”, prometido (cf. At 1,5-8). Mas nem
sempre se mostram dispostas a estender a visão a respeito dessa força
recebida para além do exterior aspecto glorioso que a pode acompanhar, e
usá-la para aquele propósito primeiro indicado por Jesus Cristo de sermos,
por causa dela, suas destemidas testemunhas (cf. At 1,8), capazes de por
Ele correr riscos, fazer sacrifícios e suportar afrontas... Falando aos jovens
na Jornada Mundial de Sidney, na Austrália (20/07/2008), momentos antes
da cerimônia do Crisma, o papa Bento XVI se perguntava (e respondia!):
“Que significa receber o “selo” do Espírito Santo?... Significa ficar
indelevelmente marcados, significa ser novas criaturas. Para aqueles que
receberam este dom, nada mais pode ser como antes. Ser “batizados” no
Espírito significa ser incendiados pelo amor de Deus, “beber” do Espírito
(cf. 1 Cor 12,13) significa ser refrescado pela beleza do Plano de Deus
sobre nós e o mundo, e tornar-se por sua vez uma fonte de frescor para os
outros. Ser “selados com o Espírito” significa além disso não ter medo de
defender Cristo, deixando que a verdade do Evangelho permeie a nossa
maneira de ver, pensar e agir, enquanto trabalhamos para o triunfo da
civilização do amor...”
Jesus era ainda um simples menino quando seus pais O encontraram
– em meio aos doutores da lei – trabalhando pela causa do Reino, junto ao
templo de Jerusalém. Perguntado porque fazia aquilo, naquelas
circunstâncias, respondeu: “Acaso não sabíeis que devo me ocupar das
coisas de meu Pai?” (Lc 2,41-52). Se é que temos o mesmo Pai a que se
refere Jesus,a hora de ocuparmo-nos de Sua obra é hoje, é agora! Aliás,
colaborar efetivamente com as obras que buscam promover a glória de
Deus e testemunhar a Jesus é a condição para que Ele também um dia dê
testemunho a nosso favor diante do Pai que está nos céus (Mt 10,32-33).
Amém!