terça-feira, 13 de setembro de 2016

Sereis Minhas Testemunhas...

“E Sereis minhas testemunhas...” Atos 1,8

No dia 05/09 recebi um convite especial para pregar na Diocese de Foz do Iguaçu sobre esse tema, foi uma experiência linda da ação de Deus, por isso gostara de partilhar essa reflexão.

Temos um mandado dado pelo próprio  Jesus, em Marcos 16,15 “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.” Esse mandato é atual, não podemos perder ele de vista em nossa caminhada, em nosso chamado, principalmente nós que fomos batizados no Espírito Santo.

E Jesus diz que seremos suas testemunhas em todo mundo, por isso Ele derramaria o Espirito Santo. Algo que podemos ter certeza que Pentecostes, como dizia o Bispo e grande amigo Dom José Azcona, resulta em missão. A experiência de Pentecostes faz isso em nosso coração.

Mas essa missão que recebemos, esse mandato deverá ser cumprido como? Em nossas vidas? Em nossos GOs? 

a.    No poder do Espirito Santo: Quando os apóstolos receberam em Pentecostes o Espirito Santo, eles testemunhavam no poder do Espirito Santo, o Evangelho desde o inicio foi disseminado no poder do Espirito Santo (Paresia). Jesus sabia que sem o Espirito Santo os apóstolos não conseguiriam exercer esse mandato, sem estar revestido do Seu poder. Para que a nossa missão seja cheia do poder do Espirito Santo temos que estar revestidos dessa graça.

b.    No testemunho: A Promessa feita por Jesus em Atos 1,8 se cumpriu em Pentecostes. O Batismo do Espirito Santo tem uma finalidade: tornar-nos testemunhas de Jesus. Os dons e a manifestação do poder de Deus tem um objetivo em nossos Grupos de Oração e em nossa vida: tornar-nos testemunhas de Jesus. Percebemos isso muito forte nos primeiros cristãos, nas primeiras comunidades. Mas o que eles testemunhavam?

1.    Testemunhavam  o poder do Espirito Santo, os sinais, prodígios e maravilhas: Esse é um grande desafio que não podemos perder de vista e de nossa vivência carismática. Algumas vezes ficamos perdendo tempo comparando o hoje e o ontem em nossa vida e na Renovação. Esses sinais e maravilhas são atuais, mas temos que estar cheios do Espirito Santo e abertos para o que Jesus pode fazer hoje em nossa pregação, em nosso testemunho e na vida dos irmãos. Não podemos limitar a ação do Espirito Santo. Temos que tomar cuidado para que técnica, o conhecimento humano, a autossuficiência, não seja um limitador do poder de Deus. Não podemos achar que se um dia fomos usados com poder e milagres isso é automático, como ligar e desligar de um botão, ou porque já tenho toda a formação e capacidade humana, quase um profissional da graça. Tudo isso é bom, mas sem a Graça, sem estar revestido do poder do Espirito Santo, não vamos cumprir nosso mandado como Jesus deseja. Precisamos viver essa experiência todos os dias de nossa vida para não sucumbirmos.

2.    Na pregação da Palavra: Os apóstolos pregavam com poder  e autoridade. A pregação da Palavra é o principal instrumento de nossa missão sob a ação do Espirito Santo. Em Atos 4, 23-31, percebemos o testemunho das primeiras comunidades onde eram coagidos a não anunciar o nome de Jesus, mas eles não tinham medo, não se curvavam perante as dificuldades e perseguição, clamava ainda mais a Deus pedindo para ser revestida do poder do Espirito Santo. Com ousadia intrepidez, pedia mais do Espirito Santo. Isso é lindo e serve como modelo para nós. Mas hoje os nossos desafios são diferentes, temos muita liberdade para anunciar, talvez os maiores desafios são internos. Temos que tomar cuidado de não nos fecharmos em nós mesmos, na “pastoral da conservação”. Achamos que estamos evangelizando, mas estamos girando em torno de nós, instrumentalizando o Grupo e a missão para beneficio próprio. E pior quando usamos a missão e o Grupo como um meio de fuga de nossa  realidade e um palco para suprir nossas carências. Mas Graças a Deus isso é minoria, temos Grupos de Oração e homens e mulheres cheios do poder do Espirito Santo.
a.    Quando olhamos para os primeiras comunidades em Atos 4, 29-30, percebemos algumas características que devem nos inquietar:
  • ·         Consciência de sua missão no mundo;
  • ·         Unida;
  • ·         Se amavam de verdade;
  • ·         Internamente estava pegando fogo;
  • ·         Desejava anunciar a Jesus Cristo;
  • ·         Obediente ao mandato de Jesus.


 b.    Era uma comunidade com muitos desafios mas rezava, clamava a Deus: “Agora, pois, Senhor, olhai para as suas ameaças e concedei aos vossos servos que com todo o desassombro anunciem a Vossa Palavra. Estendei a Vossa mão para que se realizem curas, milagres e prodígios pelo Nome de Jesus, Vosso Santo Servo!” E Deus os atendeu: “Mal acabavam de rezar, tremeu o lugar onde estavam reunidos. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram com intrepidez a Palavra de Deus.” (Atos 4,31).  Basta clamarmos e Deus vai nos dar a graça do Seu poder. Não podemos aceitar que nossas vidas e nosso Grupo estejam enfermos, a nossa missão é sermos canais da cura de Deus, por isso temos que clamar como os primeiros cristãos: queremos mais Espirito Santo!

Amigos, precisamos remover os obstáculos que criamos e sempre estão se colocando em nosso chamado; os mesmos nem sempre estão nas estruturas, nas coordenações... está em nós, na falta ou ausência de uma nova Experiência do Espirito Santo. Temos que voltar ao foco, perdemos tempo com coisas periféricas, brigas, disputas, animosidades, intrigas, tudo isso nos tira daquilo que é essencial em nossa vida, nosso chamado e mandato: ser testemunha de Jesus Cristo em todo mundo, e seremos se nos abrirmos todos dias a uma experiência poderosa do Espirito Santo.

Abraço Fraterno!

Márcio Zolin